Blog idealizado por mim, Vivian Marcondes, que sempre digo que "em primeiro lugar, sou mãe". Sou e fui muitas coisas nesses meus 32 anos de vida. Mas, há apenas 2 anos, é que descobri aquilo que eu realmente amo, que é a minha cara, minha missão e minha identidade: a maternidade. Daí veio o nome, que primeiro batizou meu blog pessoal, e em seguida também denominou meu grupo no Facebook, mais tarde tendo a Simone Galani como braço meu direito, na moderação.
De início, um grupo sem qualquer pretensão, só para fugir do que eu estava acostumada e não gostava. E sem fazer alarde, se formou uma simpática turma de mães de mente aberta e muita experiência para compartilhar. E a cada publicação, e cada pedacinho de história de vida contada, esse blog aqui ia tomando forma na minha cabeça.
Veio a ideia do blog extensão do grupo, e era inevitável que o título se repetisse! Luanda Mangeni, que se mostrou mais do que empolgada: maravilhada com essa ideia, é meu braço esquerdo, e assina muitos dos textos publicados aqui.
E aqui vamos nós: com muitas Identidades incríveis para revelar, sem regras indiscutíveis, fugindo sempre que possível dos clichês. Aqui são mães de verdade! Dedicadas, amorosas, apaixonadas, mas nunca perfeitas.
Curtam!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Identidade: Mãe Luanda Mangeni (Luana Medonça)

 
"Não sou uma mãe perfeita porque deixei de buscar perfeição, só para poder amar com todos os lados do meu corpo essa bolinha que eu chamo de filho."

Me chamo Luana Karoline Gonsaga Mendonça, mas sou conhecida como Luanda Mangeni, que é meu nome artístico. Sou atriz. Desde pequena eu sempre pensava que gostaria de fazer algo pelo mundo, então escolhi fazer Teatro e me formar professora nessa área. A educação sempre foi fundamental para fazer de mim o que sou hoje.
Minha mãe sonhava que eu fosse publicitária ou advogada, mas raramente perdeu alguma apresentação minha. Meu pai? Nunca me viu atuar, mas mesmo com toda a ausência paterna com a qual declaradamente ele me obrigava a conviver eu nunca me senti à vontade atuando na frente dele. Fosse para chegar mais tarde do que o combinado ou esconder um namorico. Saí de casa bem cedo, antes dos 20 anos e deixei pra trás uma história de bastante mágoa com meu pai, que não sabe que me casei e nem que sou mãe. Quer dizer, não sabe por mim. Já minha mãe... Céus, que mulher! Digo que ela é minha “mai”, pois foi mãe e pai desde os meus 10 anos de idade. Passou 17 anos sem trabalhar, só se dedicando à casa e às filhas (tenho uma irmã 4 anos mais nova) e quando meu pai resolveu desocupar o posto de pai do ano, que levava para passear, brincava e ajudava nas tarefas escolares para ser distante, incompreensível e até cruel (saímos na mão, ele com seus quase 1,80 e sua força masculina e eu quando eu tinha 19 anos. Eu estava protegendo minha irmã.) minha “mai” foi pegar no batente com o coração miúdo por nos deixar em casa e sustentou sozinha a casa até o fim do casamento, nunca deixando de nos amar.
Meu marido eu conheci em uma situação inusitada. Dia 11/11/11. Por recomendação do meu à época ainda noivo. Ele me recomendou para um trabalho em uma escola de inglês, que gostou do que fiz e me recomendou para outra, onde conheci o Rodrigo, que é tão minha Alma Gêmea, que temos o MESMO dente torto e a MESMA dobra na MESMA orelha. Nos conhecemos dia 11/11 e no dia 15/11 eu terminava meu relacionamento/noivado de 4 anos. Dia 26/11 pedi o Rodrigo em namoro e em dezembro já morávamos juntos. Um tempo depois decidimos engravidar. Ele que é 10 anos mais velho do que eu sempre quis ser pai e eu jurava que estava pronta. Nossos testes para a gravidez começaram no primeiro perrengue financeiro pelo qual passamos. Chegamos a comer mingau de fubá porque não tinha outra coisa. Sobrevivemos. E eu continuava a jurar que estava pronta para ter um filho, mas sempre me vinham na cabeça as mensagens “mas primeiro terminar a faculdade, fazer um mestrado, dar aulas... blábláblá”. Eis que o perrengue-mor aconteceu: terminamos. Acabou o relacionamento. Erramos feio. Mas nessa vida tudo tem perdão e escolhemos voltar. Já estávamos sem usar camisinha e pílula há um ano e nada. Até que na grande e definitiva conversa de retorno eu disse: “Precisamos arcar com tudo o que um relacionamento carrega, de bom e de ruim. Você está pronto? Eu estou.”
Foi tão verdadeiro que em um mês eu estava grávida. Mas como tudo o que é bom para mim vem de surpresa, eu me assustei. Passei os 3 primeiros meses cogitando a possibilidade de interromper a gestação, ainda mais porque eu não conseguia marcar o pré-natal na rede pública. Durante todo esse período aflitivo meu marido me apoiou, abrindo mão de algo que ele desejava imensamente: a paternidade. Até que um dia eu olhei pra ele e percebi o quão egoísta eu estava sendo. Eu não precisaria abrir mão de nada grandioso, só precisaria adiar. Minha mãe voltou ao trabalho 17 anos depois de afastar-se pra cuidar das filhas, por que eu não poderia esperar alguns meses para fazer o mesmo?
Absolutamente tudo mudou a partir dali. Nunca fui contra o aborto, pelo contrário. Acho que o direito à vida só deve se impor se a vida for muito querida. Do contrário, surgirão os maus tratos e afins. Confesso que tive muito medo de me submeter à cirurgia de remoção do feto. Até tínhamos o dinheiro para tal, mas tive medo. Já estava no terceiro mês de gestação, o mês limite e a ANVISA havia recolhido assim que chegaram ao Brasil os remédios abortivos comprados no exterior. Mas também percebo que acima do medo havia um pouquinho de amor já. Quando disse ao meu marido que teríamos aquele filho e que eu seria a melhor mãe do mundo a sensação foi a mesma de dizer: “Olha! Duas linhas rosa no bastão. Vamos ser pais!” Foi o verdadeiro começo ali. Nada, absolutamente nada paga a paz de espírito e a alegria que eu vi no rosto do homem que eu amo.
A gravidez foi muito boa, passei apenas por aquelas coisas de toda grávida. Mas não enjoei, só ficava mareada. Quase não engordei e meu médico quase me “expulsou” do clube das gravidinhas quando descobriu que eu dormi bem a gestação inteirinha. Eis que no dia 30 de Julho de 2013 às 21h em ponto a minha bolsa rompeu. Segui as instruções do médico e às 2h da manhã estava indo para a maternidade. Uns acessos de vômito na Av. Rebouças (peço sinceras desculpas ao motoqueiro...), um quase perdido no caminho e depois de dez horas de trabalho de parto, tentando um parto normal, comecei a ter alguns desmaios leves. O anestesista de plantão chamou de “questão emocional”. O médico chamou de “precisamos verificar isso”. Recebi dois soros com glicose pingando muito rapidamente. Eu melhorei um pouco, mas o coração do bebê não reagia como deveria. A cada contração, os batimentos deveriam subir bastante, ir de 140 para aproximadamente 160/170, mas em uma das medições, baixaram para 64 e não voltavam com a velocidade desejada. Sinal de problema com o cordão umbilical. A preocupação aumentou quando comecei a perder uma grande quantidade de sangue. Foi o único momento em que meu marido fraquejou um pouco ao meu lado. Ele soltou um “ai” sofridinho que me deixou preocupada. Naqueles segundos de preocupação eu quase me esqueci de como se suporta a dor do parto. Depois de mais algum tempo o médico optou por fazer uma cesariana. Foi extremamente franco em dizer que estava com medo de arriscar a vida do bebê. Eu não pensei duas vezes em concordar. Não foi o parto que eu queria, mas foi o que eu precisava.
Até a anestesia fazer efeito, com todos os preparativos para uma cirurgia, agüentei pelo menos 30 contrações com dor intensificada porque quando vem a contração vem também a vontade de empurrar que alivia a dor, mas eu não podia empurrar porque meu bebê já estava coroando, mas tinha alguma coisa errada no cordão que sufocava ele quanto mais ele descia. Na sala de cirurgia consegui até fazer algumas piadinhas e depois do que me pareceram 5 minutos eu disse ao médico: “Doutor, não precisa abaixar o campo na hora em que for nascer, ta?” o médico me disse: “Na hora em que for o quê?”. E eu: “Nascer.” “Já nasceu” – disse o médico me mostrando meu miudinho que chorava com as gengivas à mostra.
Confesso que o pós-parto foi muito difícil para mim. Eu precisei ter um dia inteiro sozinha com meu filho para parar de me martirizar por causa da cesárea. Sentia como se fosse culpa minha o que o médico chamou de “alça” – uma dobra no cordão umbilical que passava pelo canal vaginal junto com a cabeça do bebê, dificultando o recebimento de oxigênio ao ser pressionada durante as contrações. Chorei e sofri bastante e na noite de quinta-feira (um dia depois do nascimento do Pedro) eu confessei ao meu marido que não me sentia feliz como achei que uma mãe se sentiria ao ver seu filho nascer. O apoio que o Rodrigo me deu foi essencial e no dia seguinte, quando fiquei sozinha com Pedro chorei de felicidade ao vê-lo mamar direitinho e abrir os olhos para mim. Foi ali, dois dias depois de ter meu filho que eu comecei a entender e gostar da maternidade. Conforme os dias vão passando, vou me familiarizando com o que é ser mãe e tenho muita segurança nas coisas que faço com e para meu pequeno e já aprendi que existem dores gigantescas (além das físicas, digo) que acompanham a maternidade, mas que fica tudo suprimido pela imensa felicidade que essa condição carrega. Percebi que não é pecado de vez em quando ficar cansada ao ponto do esgotamento e perder um pouco da paciência. Também percebi que chorar não faz mal e acima de tudo, percebi que não é possível amar demais, porque todo o amor que sinto por meu filho Pedro é na medida certa: a do infinito.
P.s.: O valor que paguei pelo parto é exatamente o mesmo valor de um aborto. Mas valeu muito mais a pena.



Com que idade se tornou mãe?
21 anos.

Quantos filhos, e quais idades?
1 filho. Pedro com 20 dias no momento em que escrevo.

Como você era antes, e como ficou com a chegada da maternidade?
Era despreocupada. Com a chegada da maternidade fiquei mãe (risos).

Um momento inesquecível com seu filhote: 
As fungadinhas que ele dá quando procura meu seio para mamar.

Do que você teve que abrir mão, com a chegada da maternidade, e como encarou isso?
Abri mão de terminar meus projetos profissionais nos prazos por mim estabelecidos, mas foi compensador porque também abri mão do egoísmo, da ansiedade e da neura por ser humanamente humana. Também rompi com o mito de que atrizes precisam ter corpos perfeitos. O Teatro precisa de corpos reais e meu corpo está beeeem real depois da gravidez... (risos)

O maior susto, na sua vida de mãe:
A chegada do meu filho.

Você trabalha? Qual a sua profissão?
Com diploma sou professora, atriz, palhaça, cenógrafa e figurinista. Trabalho quando a vida permite. As outras profissões sem certificado são de psicóloga, pedagoga, empregada doméstica, cozinheira e todas as coisas que a maternidade pede.

Quando você se cuida e curte o parceiro?
Me cuido sempre que dá. Não consigo me olhar no espelho e acreditar em mim usando moletom o tempo todo e sem pentear os cabelos. Acontece, mas evito. Cuido do Rodrigo o tempo todo, seja mimando em casa, levantando feito um jato de madrugada para ele poder dormir sem ser acordado pelo chorinho da hora de mamar ou na saudade enquanto ele está no trabalho.

Já fez alguma viagem com o(s) pequeno(s)? Pra onde? Como foi?
Só fiz viagens com o Pedro dentro da minha cabeça, enquanto estou com ele durante os cuidados diários e preciso dividir alguma historinha inventada ou real.

Tem bichos em casa? Qual o contato da(s) criança(s) com ele(s)?
Tenho dois gatos. Um de 5 anos e um de 2. O de 5 anos é super protetor, entende que o Pedro é um filhote também e faz vigília quando Pedro chora. O de 2 anos é doido. É a versão felina do Fúria da Noite, o dragão do filme “Como treinar seu dragão”. Ainda não foi castrado e sente ciúmes...



Quem é responsável pelos cuidados diários?
Divido as tarefas de casa e os cuidados do Pedro com meu marido. Se tem roupa para lavar e ele está de boa, ele lava. Se tem louça e eu estou livre, eu lavo. As refeições geralmente preparamos juntos para dividir esse momento que é muito importante para nós: o de preparo do alimento de cada dia que, ao ser dividido por nós, estreita nossos laços. Rodrigo costuma me dizer uma frase que acha ser de Platão: “Você só conhece alguém quando divide um saco de sal com essa pessoa”. Já dividimos mais do que um saco de sal. Espero não ficar hipertensa! (risos)

Quais os programas preferidos de mamãe com a(s) cria(s)?
Amar. Todos os beijos e abraços que eu puder dar nele.



Seu(s) filho(s) já frequenta(m) escolinha? Qual a sua participação nessa rotina?
Meu filho por enquanto só mama e dorme, mas darei todo o suporte necessário quando for a idade escolar, ainda mais porque meu marido e eu somos educadores e sabemos a diferença que faz uma educação de qualidade quando é amparada pelos pais.

Não sou uma mãe perfeita porque...
Existo. Deixei de buscar a perfeição enquanto ser humano só para poder amar com todos os lados do meu corpo essa bolinha que eu chamo de filho.

E por fim, o que é ser mãe pra você, além de "Padecer no Paraíso"? Qual o segredo para ser uma boa mãe?

Para mim, além de “Padecer no Paraíso” ser mãe é ter a maior coragem de todas: AMAR. E não tem segredo algum, é só uma coisa que se constrói aos poucos e quando digo aos poucos é sério, pois a forma como você é mãe repercute eternamente, porque quando uma mãe se vai, seus filhos a recordam com carinho. O mesmo carinho que os filhos dos filhos vão ter ao se lembrar da vovó e assim por diante e se essa mãe for realmente paciente e perseverante, nunca vai perder espaço na memória de suas futuras gerações.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Mãe e Loba

A maternidade é um momento sublime, doce, mágico. Nenhuma mãe há de duvidar disso. Porém não utilizarei hoje esse espaço para falar de doçura. Estou aqui para falar de força, poder, instinto... Estou aqui para falar da mulher-loba. Você, leitora, deve estar imaginando que isso não tem nada a ver com maternidade, mas insisto que me dê a chance de explicar.

Desde que o mundo é mundo, a Humanidade possui uma série de arquétipos os quais (con)vivem no nosso Inconsciente Coletivo, e um deles é a mulher-loba. A Loba se manifesta de uma forma tão transformadora em uma mãe, que às vezes parece que nasceu uma nova mulher após o parto. Ela lava a sua alma, e por isso choramos tanto na gravidez e mais ainda após o parto. Nos sentimos desconcertadas, desorientadas, não entendemos porque aquela felicidade que sentíamos antes do parto desaparece assim que nosso pequeno milagre vem ao mundo e nos penalizamos por não sermos imediatamente tomadas pelo êxtase da maternidade. Nos sentimos em transe, más, pecadoras, envergonhadas (nem contamos isso a ninguém com medo do julgamento alheio), mas o único desejo naquele momento é de chorar. Mas ao mesmo tempo, algo inexplicável nos move para e acolhe com unhas e dentes aquele bebê que é frágil, perfeito, irresistível, SEU. A Loba e seu instinto maternal te dominam, te transforma numa guerreira que morreria sem pestanejar pela sua cria. 

É essa mulher-loba, empoderada de toda sua força, supera todas as dificuldades e não deixa nada faltar aos seus filhos, ainda que nas condições mais extremas, as mães são sobre-humanas. Todas conhecem alguns exemplos de mães incondicionais que sobrevivem a lares repletos de privações financeiras, sociais, emocionais, e ainda assim são as melhores mães do mundo aos seu filhos. Eu disse as melhores mães do mundo, eu não disse perfeitas. É preciso ser valente para defender nossos filhos, mas é preciso ser ainda mais valente e deixá-los seguir o seu caminho, e assim como nossas mães nos fizeram mulheres de fibra, nosso instinto nos guiará para prepararmos também nossos filhos para o mundo. Temos que torná-los capazes, independentes, dignos, homens e mulheres de bem, ensiná-los a amar a vida e tudo que vem com ela, seja bom ou ruim.

Então hoje o meu convite é para que você invoque essa Loba que está em você, mãe, e perdoe seus pecados, aceite suas loucuras, e entregue-se a esse puro e arrebatador Amor que temos por nossas crias, pois absolutamente tudo que você viveu, (ou sofreu) foi necessário para torná-la a melhor mãe do mundo para os seus filhos.

[Juliane Vismari]

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Identidade: Mãe Simone Galani


"Não sou uma mãe perfeita porque acabo cedendo às vontades dela, porque quero vê-la feliz..."

Bom, apesar da minha infância não ter boas recordações fui uma criança feliz..

Vocês devem estar se perguntando Como assim não teve boas recordações e foi feliz????

 Aí vai um pouco da minha história:

Tive que amadurecer muito cedo, porque tive uma irmã doente com câncer e dois irmãozinhos que nessa época estavam, um com 2 anos e outro com 1 ano. Eu com 12 e minha  irmã mais velha com 14 anos. Isso mesmo, somos em 5 irmãos.
Como essa minha irmã precisava de muita atenção e meus irmãos eram pequenos, tive que aprender a cuidar deles, da casa, tendo responsabilidades de um adulto.
Mas, é claro que tive meus momentos de criança, brincava de boneca, casinha...
Sempre fui apaixonada por crianças e cuidar dos meus irmãos era não só um carinho, como também o começo de uma grande experiencia na minha vida futura. E como toda menina, eu sempre sonhava em ter filho,me casar e assim por diante..
A relação com meus pais sempre foi boa apesar, de tê-los em alguns momentos ausentes por causa da doença da minha irmã. Não os condeno por isso, porque entendo que ela precisava mais de meus pais do que eu.
Hoje, infelizmente ela já não está mais conosco, mas sei que ela está bem onde está.
Continuo com uma boa relação com eles, sempre me apoiando nas minhas decisões,apesar de não poder ter feito uma faculdade por causa da situação financeira. Eu tinha muita vontade de fazer Enfermagem, mas não deu...
Alguns anos se passaram, quando conheci meu esposo na igreja que frequentamos, em meados de 2004, mas não trocamos e-mails, telefone, absolutamente NADA..rsrs
O tempo passou e eu não esqueci, mas como encontrá-lo novamente??? Sem e-mail, telefone??
Então pensei: temos amigos em comum, mas não conseguia conversar com ele por causa da correria do dia-a-dia.
Mas, como tudo tem seu tempo e o destino sempre nos prega peças, meu cunhado como todo brasileiro sempre deixa pra fazer as coisas no último dia correndo, ele fez a matricula para fazer SENAI, e começar em janeiro de 2005.
As aulas do SENAI começaram, e um belo dia, ele chegou falando de um rapaz que ele conheceu e conversa vai conversa vem, ele falou que era da mesma igreja que íamos e que ele conhecia uma moça que gostaria muito de reencontrar, e falando dessa moça meu cunhado disse que essa moça tinha as mesmas descrições da cunhada dele.
Muito curioso em conhecer a tão falada cunhada,ele combinou de ir na casa do meu cunhado pra conhecê-la... rsrs
Quando fomos apresentados, eu não sabia o que fazer, pois era o mesmo rapaz que conheci em meados de 2004...
Assim fomos nos conhecendo melhor, e quando foi em 26/02/2005 ,começamos a namorar; em 07/09/2006 ficamos noivos e quando foi em 13/03/2009 nos casamos.
Muitas coisas aconteceram nesses 4 anos de namoro. Uma delas foi, como eu disse que o destino tem suas surpresas, o Rogério fazendo alguns exames e mais exames específicos, fomos surpreendidos pelo resultado que ele tinha apenas 10% de chance de ser pai. Me contou chorando, porque ele também sempre foi apaixonado por crianças, mas eu como uma boa noiva (na época desses exames), fiquei ao lado dele dizendo que não tinha problema, que haviam outros meios de ter uma criança. Falamos sobre adoção, mas ele dizia que queria realizar o sonho de me ver gerar um bebê... Não desistimos de realizar nosso sonho, e de uma forma ou de outra, teríamos um bebê...
Depois do casamento, o desejo de engravidar aumentava a cada dia, mas aí batia aquele pensamento e lembrávamos das condições dos 10%. Não nos abalamos por causa disso, porque sabíamos que tinha Deus e se fosse da vontade dEle, nós conseguiríamos realizar esse sonho...
Parei de tomar o remédio e me firmei no pensamento positivo e na vontade de ser mãe... Fiquei 5 meses sem tomar e a cada menstruação era uma frustração... rsrs.
Como sempre tive minha menstruação regulada, sabia exatamente os dias de cada uma. Quando foi em Dezembro de 2010, minha menstruação atrasou 2 dias, aí fiquei naquela expectativa, já meu marido não se empolgou muito no começo, porque ele achava que justo naquele mês por estarmos com tanta vontade, poderia ter atrasado por causa da ansiedade .kkk
Mas, eu sabia que não era bem assim e disse que queria fazer o teste de farmácia. Bom, meu esposo foi atrás do teste pra mim e por falta de um, ele me trouxe dois. Fiz o primeiro, e deu positivo. Aí, esperei para a primeira urina do dia, fiz o segundo que por sua vez deu positivo novamente. Não tivemos mais dúvida: ESTAVA GRÁVIDA...
Meu marido sentado no tapete da sala, recebeu a notícia e ficou estático, sem reação. Ficou lá paralisado. kkkkkk Cheguei pra ele e "Oi??????? Você não vai falar NADA???"
Aí, ele me olhou e me disse: "Poxa, um sonho tão esperado e ele aqui sendo realizado, nem sei o que dizer Amor, é tanta felicidade, que nem sei o que fazer, o que falar..."kkk
Por fim, fui na médica que me pediu o exame de sangue e já estava com 5 semanas de gestação...
Contamos pra toda a família e todos ficaram super felizes com a notícia.
Como tudo na nossa vida não foi fácil, tive um começo de aborto logo nos primeiros meses de gestação, precisando ficar em repouso absoluto. E como também engravidei um pouco acima do meu peso e com pressão alta, isso acabou acarretando uma gravidez de risco. Então acabei me cuidado mais por isso, porque não queria que nada de mal acontecesse com aquele serzinho que estava se formando dentro de mim.
Cada chute, mexida, ultra-som era uma vitória a ser comemorada..
Fizemos até uma aposta com a família para saber do sexo do bebê, e uns diziam que seria menino, outros na certeza de uma menina..Como já temos dois meninos na família, que são meus sobrinhos, então a torcida por uma menina era grande.
Chegou o grande dia da ultra para saber o sexo do bebê... Nosso sonho era ter uma menina, mas se viesse um menino com certeza ia ter o mesmo amor e o mesmo carinho. Chegamos na expectativa  no consultório, porque era o momento esperado por todos... rsrs
O médico foi bem claro e direto, lembro como se fosse hoje, ele falando: "Nossa, esse bebê está bem assanhadinho hoje! Está com a perna aberta!"... kkkk. Aí ele mostrou as duas perninhas e disse:
"Aqui as duas perninhas e um "rachadinho" no meio!" kkkkkkkk... "É UMA MENINA... Parabéns mamãe, parabéns papai, e prepare-se para os cabelos brancos e os gaviões em cima da princesa"... rsrsrs

Numa consulta de rotina com a médica, eu com apenas 37 semanas e 2 dias de gestação, a médica me pergunta como foi meu fim de semana e como estava o bebê, se ele estava se mexendo, chutando.. Aí, eu fui bem sincera, disse que ela não tinha se mexido muito e que havia abusado um pouco,  porque no fim de semana tinha sido dia dos pais e aniversário do meu irmão.. Ela quase me estrangulou, porque tinha engordado 1,5 kg em 3 dias e isso poderia me prejudicar muito no finalzinho da gestação...
Sem hesitar em momento algum, a médica me disse que ia fazer o parto naquele dia, porque eu e a bebê estávamos correndo sérios riscos. E assim minha pequena nasceu naquela tarde. Nasceu bem e correu tudo bem comigo também, graças a Deus. Tenho certeza que Deus estava ali comigo a todo momento..
Ela ficou um dia a mais, porque teve ICTERÍCIA..
Mas confesso que a chegada dela foi tudo de bom na nossa vida, ela veio no momento certo e completou nossa vida, e juntou muito mais as nossas famílias, afinal ela foi um GRANDE sonho realizado...

Com que idade se tornou mãe?  28 anos

Quantos filhos, e quais idades? 1 filha, de 2 anos 

Como você era antes, e como ficou com a chegada da maternidade? Minha vida não era muito corrida, porque éramos só eu e meu esposo, então fazia todos os dias as mesmas coisas, tínhamos uma rotina no dia-a-dia..
Hoje, com a Ananda nossos dias são mais alegres,faço tudo pensando no bem estar e na felicidade dela. Se ela está bem, também estamos.

Um momento inesquecível com seu filhote: Meu momento inesquecível com a Ananda foi quando ela tinha apenas 6 meses, ela fez um exame que deu reação, então passou muito mal, passamos uma noite no hospital, foi a pior noite da minha vida, então ela acabou se tornando inesquecível .


Do que você teve que abrir mão, com a chegada da maternidade, e como encarou isso? Bom, estava fazendo um regime doido, com remédio e tudo, quando soube da gestação, então abri mão do corpo perfeito e lindo, pra curtir cada momento de tudo na vida da maternidade. No começo foi duro pra mim, porque sempre sonhei em ter o peso que tinha quando casei, mas a gravidez mudou tudo... rsrs

O maior susto, na sua vida de mãe: Nossa, meu maior susto foi quando ela colocou a embalagem de cloro na boca. Meu chão sumiu, meu mundo desabou, só chorava, mas graças a Deus ela não chegou a engolir, o liquido só ficou nos lábios..

Você trabalha? Qual a sua profissão? Não trabalho fora, mas mãe e dona de casa trabalha muitão, né..... Vocês podem até me linchar, mas abri mão de tudo para me dedicar à minha filha e meu esposo..Sou daquelas mulheres tipo Amélia... MÃE e ESPOSA em tempo INTEGRAL.

Quando você se cuida e curte o parceiro?
Bom, me cuidar de verdade, aqueles cuidados de ir ao salão, uma manicure... faz muito tempo que não faço isso! Quando tenho um tempo, faço as unhas, uma escova em casa mesmo. E curtir o maridão,só quando a pequena está dormindo, isso quando o maridão não chega exausto do serviço...kk... Mas, ultimamente temos nos curtido mais, o que é muito bom não só pra nós, como para qualquer relação, não é mesmo???


Já fez alguma viagem com o(s) pequeno(s)? Pra onde? Como foi? Ainda não, mas já estamos programando uma para as próximas férias do maridão....

Tem bichos em casa? Qual o contato da(s) criança(s) com ele(s)? Não temos bichinhos em casa... 

Quem é responsável pelos cuidados diários? Como fico com ela o dia todo, os cuidados diários acabam sendo meus, mas o maridão está em casa de manhã e me ajuda muito nos cuidados com ela.

Quais os programas preferidos de mamãe com a(s) cria(s)? Como somos muito caseiros, eu adoro brincar com ela de boneca, assistimos desenhos juntas, passamos nosso dia nos divertindo bastante.

Seu(s) filho(s) já freqüenta(m) escolinha? Qual a sua participação nessa rotina? A pequena ainda não vai à escola , mas estamos pensando seriamente em colocá-la ano que vem, pelo menos ela terá mais contato com outras crianças e com certeza serei uma mãe super presente na rotina escolar dela.

Não sou uma mãe perfeita porque... Aqui ela se lambuza, faz bagunça, não tem brinquedos 100% educativos, a alimentação não é 100% saudável...  Acabo não seguindo as regras: limites, hora pra comer, tomar banho, dormir, fazer atividades... Sou SIM limites, mas os meus... meus horários, minhas regras. E é por isso que não sou uma mãe perfeita, porque acabo cedendo às vontades dela, porque quero vê-la feliz...

E por fim, o que é ser mãe pra você, além de "Padecer no Paraíso"? Qual o segredo para ser uma boa mãe? Bom, eu acho que pra ser uma boa mãe o segredo é você se dedicar ao máximo, sempre ter tempo para as brincadeiras, de ser uma mãe presente e querer sempre o melhor para ela(e)... Fazer com que seu filho se sinta bem e se orgulhe de ter uma mãe presente...
E uma coisa muito importante: uma boa mãe estabelece limites, mostrando para seu filho o certo, o errado e o momento para cada coisa. Dizer um "não" não significa que você é uma péssima mãe,  mas sim que você está mostrando a ele que aquilo não fará bem a ele.

É ISSO MENINAS... ESSA É MINHA HISTÓRIA...
ESSA É MINHA VIDA, ESSE É MEU MUNDO.... <3

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Um brinde aos inícios!

Dizem os cientistas que toda vida nasce a partir da água. Nós seres humanos também. Saímos do esperma que é líquido e após uma grande corrida, entramos em um óvulo que também é recheado de líquidos e nos abrigamos em uma cavidade chamada útero que tem lá sua quantidade de água.
Passamos 9 meses aconchegados e felizes dentro de uma bolsa d’água esperando o momento de encarar o ar e ver a luz.
Mas tanto essa espera quanto o grande momento do nascimento não acontece conosco em absoluta solidão. Pelo contrário! Tem alguém que está ao mesmo tempo do lado de fora e de dentro nos esperando. Alguém que está absolutamente o tempo todo em contato conosco mas que anseia poder nos tocar. Alguém que está nos abrigando e acolhendo no lugar mais maravilhoso que possa existir, mas que mal se agüenta de vontade de poder nos envolver em um ninho de braços quentinhos.
Alguém que sabe exatamente como somos por dentro e por fora, mas que se pergunta constantemente sobre como poderá ser nosso rostinho e nosso cheiro.
Esse alguém que tanto espera durante os 9 meses é o mesmo alguém que vai nos esperar todos os dias:

Vai nos esperar acordar chorando para trocar a fralda e amamentar;
Vai incansavelmente nos esperar sofrer de cólicas e desconfortos que fazem parte de nosso crescimento;
Vai ansiosamente nos esperar aprender a sorrir e descobrir nossos corpos;
Vai calmamente nos esperar descobrir o sabor dos alimentos e o prazer de comê-los, bem como risonhamente vai nos limpar a lambança na roupa pela comida espalhada;
Vai pacientemente nos esperar aprender a caminhar vagarosamente;
Vai emocionadamente nos ensinar a falar;
Vai dolorosamente nos esperar aprender com nossos erros;
Vai nos dar todas as armas para crescer e viver esperando sempre que sejamos felizes e vai, por fim, nos deixar seguir nossa própria vida esperando que sempre possamos voltar para retribuir toda essa espera.

Espera essa que vai gerar em algum momento, no rosto desse alguém, lágrimas que vão rolar algumas vezes. Sejam elas felizes ou não.

E foi dividindo todas essas lágrimas, que também são feitas de água, que alguns “alguéns” resolveram criar esse pequeno Universo chamado de blog, para poder dividir com o mundo a forma como nos sentimos por termos sido agraciadas com lágrimas causadas pelo ouro líquido que temos nas mãos: o amor por sermos mães.

[Luanda Mangeni]


Bem-vindos ao “Identidade: Mãe”, onde a partir de entrevistas com mães de verdade, poderemos falar sobre o maior começo de todos: quando somos responsáveis por uma vida inteira.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Identidade: Mãe Vivian P Marcondes


"Não sou uma mãe perfeita porque somos livres e felizes, dentro da nossa rotina maluca!"

Senta, que lá vem história! rs

Às vezes, parece que eu nasci pra isso: ser mãe, exercer a maternidade, debater assuntos maternos, fazer programas de crianças, ouvir músicas infantis, preparar papas, etc. Esse papel me caiu como uma luva!

Não foi à toa que criei um grupo com este nome!

Minha brincadeira preferida na infância era colocar um urso de pelúcia embaixo da blusa, para simular um barrigão, e fazia isso escondida, é claro! rs Sempre achei a gravidez simplesmente mágica!!!



Até minha filha nascer, pra dizer a verdade, eu não sabia muito bem a que vim ao mundo... Não gostava da minha profissão, não conseguia dar continuidade aos meus projetos, não me jogava de cabeça em nada! Sempre amei as pessoas ao meu redor... meus pais, meu irmão, meu marido, mas nunca senti um amor tão arrebatador que me fizesse repensar toda a minha vida, em função da dedicação à ele. Pesado, hein? Mas, para mim, eu não seria Mãe com M maiúsculo se não fosse assim.



Meu exemplo de mãe foi o melhor possível! Tive minha mãe e minha avó materna muito presentes, cuidando de tudo na minha vida e do meu irmão. Minha mãe sempre foi a personificação da mãe leoa, que defendia as crias, contra tudo e contra todos. Se precisasse dar bronca, colocar de castigo? Ok! Mas, só ela podia fazer isso, e ninguém mais! Quem se atrevesse, perdia a amizade e até o parentesco do dia pra noite! rs 

Ela aparecia na escola só pra me dar um beijo, de surpresa! Minhas amiguinhas ficavam PASMAS com a presença de espírito da minha mãe. E também, simplesmente com a PRESENÇA DELA, porque era a única mãe que aparecia assim! Eu guardei isso bem fundo! Fui amamentada até o nascimento do meu irmão, quando eu tinha 1 ano e 9 meses, e durante toda a nossa infância, comemos comidinha CASEIRA, DELICIOSA, feita por ela, ou pela vovó... E aqui falamos do meu 2º exemplo de mãe maravilhosa: Dona Néli, que foi durona e rígida, como mãe. Mas, como avó, era e é babona até hoje, e extremamente amorosa! Mullher, profissional, mãe, vó, super dona de casa, cozinheira de mão cheia, vaidosíssima, super anfitriã, cheia de amigas e pessoas queridas que amam estar por perto, e que qualquer um JURA não ter a idade que tem. E nem eu vou revelar... rs

Apesar desse espaço ser dedicado a falar de MATERNIDADE, meu pai merece ser citado e homenageado, por ser uma das pessoas mais admiradas da minha vida! Palavras de ordem na vida dele sempre foram: Superar, Motivar, Vencer, e é o meu ídolo!
Apesar de ter crescido em uma família extremamente humilde, tem uma história de sucesso linda, principalmente para quem teve uma infância tão cheia de privações e dificuldades, em uma casa com muitos, MUITOS irmãos. E então, toca pro meu 3º exemplo de mãe, não menos maravilhosa: minha avó paterna, Dona Juju! Colocou muitos filhos no mundo, perdeu alguns, coleciona cicatrizes na alma, e mesmo assim é uma mulher de muita fo
rça, fibra, e ainda sobra espaço para leveza e bom humor, do alto de seus 90 e tantos anos -e esses tantos, ela não revela à ninguém- e de tantas provações da vida!



Foi por isso tudo, por eu ter sido sempre tão família, minha vida adulta ficou assim, meio vaga, até chegar o meu maridão! Nos conhecemos em Fevereiro/2007, começamos a namorar em 14 de Junho de 2007 e subimos ao altar em 14 de Junho de 2008! Não preciso nem dizer que 90% dos convidados presentes na cerimônia, incluindo o padre, não botavam fé que aquilo fosse durar. Mas, aquilo está durando! rs O início do casamento foi tenso! Nós éramos imaturos, apesar dos 26 anos (eu) e 25 (ele). Fomos precipitados SIM, hoje reconhecemos! Mas, driblamos todas as adversidades do início da vida a dois, e 1 ano e meio depois (Dezembro/2009), eu comecei a PIRAR na ideia de ser mãe. Meu instinto não simplesmente brotou de mansinho... ele GRITAVA! rs Tipo "o gigante acordou"!!!
Só que o Átila demorou mais alg
uns meses pra abraçar a ideia de verdade, e parece que era isso que faltava pra Isabela vir, muito desejada, como deveria ser. Como sou loucamente ansiosa, mais ou menos em Maio/2010 comecei a deprimir a cada menstruação. E em Julho decidi que não pensaria mais nisso e comecei a fazer academia com gás total! Em Setembro eu já corria 10km por dia!! 

Meu ciclo era MEGA desregulado, e por isso não estranhei quando tive um atraso maior que a média em Agosto... Só me preocupei mesmo, depois que passei 20 dias com cólica e nada de menstruação. Então, o médico pediu alguns exames, comigo ali jurando que não estava grávida, mas estava preocupada com essa loucura exagerada do ciclo. Dia 04 de Setembro de 2010, fizemos uma viagem curta com meu pai e minha mãe, e na estrada eu fiquei MUITO enjoada, chegando a vomit**! Meu pai, que tinha passado os últimos 2 anos me pedindo um neto, e chamando a minha barriga de Gustavinho (nome eleito para o sexo masculino), vibrava com o meu mal estar! rs Lembrando disso hoje, foi realmente cômico! Dia 05, lá fui eu tirar sangue pros exames. Dia 6, no trabalho, abri os exames pela internet... Tudo normal... exceto um número que era pra ser maior ou menor que 25, e já passava de 29000!!!! Meu hormônio Beta HCG!!! 7 semanas de bebê à bordo! 
No mesmo dia corri no hospital, reclamando daquela cólica, como desculpa perfeita pra ver a minha sementinha plantada! Estava lá, meu pisca-pisca tão desejado, chamado batimento cardíaco!!

E essa cena, fica pra sempre na memória: minha mãe ali na cadeira ao lado com o celular na mão, pronta pra torpedear a novidade pro mundo inteiro, e eu de olhos arregalados, esperei o ultrassonografista sair da sala, pra comemorar: "tem um neném aqui!!!!!" Vida nova!

Demorou 2 semanas pra cair a minha ficha e eu começar e espalhar e novidade. Então fiz um blog pra ter um "diário de bordo" dessa delícia de fase: http://blogdabarriga.zip.net/ - O 'Blog da Barriga'.

Durante a gravidez, eu tive muitos alto e baixos hormonais! Uma TPM constante, mas era muito bom! Eu amava aquilo tudo, sentia que o mundo, literalmente girava em torno do meu umbigo! Seguindo minha linha ansiosa, arrumava qualquer desculpa, qualquer dorzinha pra correr na maternidade e fazer uma ultra... tenho zilhões de laudos guardados! rs Fui à todas as feiras de Gestante que aconteceram durante a minha gravidez. Comprei o quarto inteiro e o carrinho enquanto ainda nem sabia o sexo do meu bebê. E depois que soube, aí mergulhei no mundo cor de rosa! Voltava pra casa, sempre com sacolinhas de mimos pra ela, e quando era dia de alguma feira, voltava com sacolas do meu tamanho. Por volta dos 7 meses, o quarto já estava todo pronto, roupas guardadas, berço arrumado, e eu louca para que chegasse o grande dia.

Talvez a ansiedade tenha dado um empurrãozinho para que a minha bolsa estourasse com 37 semanas, exatas, de modo que só tive tempo de visitar uma maternidade. Dia 03 de Abril de 2011, às 13:19hs, chegou a razão da minha vida! E essa lembrança vem junto com um friozinho na barriga!



Para resumir, eu não estava preparada pra tanto amor, tanta necessidade de proteção, tanto medo de que algo desse errado. Eu chorava muito durante os 15 primeiros dias, e não sabia nem porque. Era muita felicidade e muito desespero juntos. Mas, tuuudo passou.

Ali mesmo, decidi que não delegaria essa missão pra ninguém, e que não conseguiria deixar de dar cada banho, trocar cada fralda, colocar pra dormir, e ser o primeiro e o último rostinho que ela veria todos os dias. Então veio o papo de ser mãe em tempo integral. E isso seria um baita desafio se eu tivesse apenas um marido, mas eu tenho um SUPER marido, absurdamente compreensivo e parceiro, que me admira e me apoia, e foi assim que esperei acabar a minha licença e joguei tudo pro alto! Um ano depois comecei a pensar em como voltar a me sentir mais útil fazendo algo prazeroso e que me desse uma rotina flexível. Estava na minha cara o tempo todo: fotografia!!! Estudei, me empenhei, tive o patrocínio do meu maridão pra investir nos primeiros equipamentos, e me joguei! Descobri o meu verdadeiro dom! Me encontrei e estou completamente realizada!

O primeiro chorinho que parece que foi ontem, já faz 2 anos e 4 meses. E sigo amamentando, porque ser mãe pra mim, era amamentar. Só não pensei que duraria tanto! rs Fiz o blog 'Identidade: Mãe' (particular) http://www.identidademae.blogspot.com.br/ e depois criei o grupo de mesmo nome.



Me considero uma mãe extremamente dedicada, porque basicamente vivo pra ela, e esqueço de mim a maior parte do tempo.  

No dia do seu aniversário de 2 anos, escrevi um texto que diz muito do que sinto: 


'Minha filha, hoje faz 2 anos que você me colocou no mundo! 

Em uma vida, que pode durar 100, parece pouco. Mas, esse tempinho com você na vida da mamãe, até agora foi o bastante para motivar grandes mudanças.
Me dispor a mudar meu corpo era só o começo. Desde que peguei aquele exame, começou a transformação! Mudei minhas roupas, minha casa, meus hábitos... E a partir daquele momento mágico em que ouvi o seu primeiro chorinho? Mudei minha rotina, minhas noites de sono (sono?), minhas prioridades, meu cabelo, meus gostos, e até a minha profissão! Sim, mudei também a minha Identidade!
Grandes abdicações, grandes descobertas, grandes emoções! 

Sonhei com a maternidade desde criança. Em primeiro lugar, eu sempre me vi mãe. Quando o momento chegou, eu quis cuidar, ensinar, abraçar, ver, ouvir e sentir tudo de você, o tempo todo. 24 horas te estudando, te aprendendo e te vivendo! O trabalho mais árduo, cansativo, doce e delicioso do mundo! Não pense que é sempre lindo e colorido, porque o que não te falta é personalidade, energia e disposição para uma tal de birra, que eu e papai estamos tentando driblar!

Sabendo que vai contra o que muita gente pensa ser o ideal pra mim, vou seguir assim, priorizando o lugar onde sou protagonista: a sua vidinha. 

Larguei meu trabalho estável por você. Descobri uma nova paixão, motivada por você, em suas carinhas e boquinhas irresistíveis. Investi nessa nova profissão, com muito amor e dedicação porque amo fazer isso. E amo mais ainda, a flexibilidade que esse trabalho me dá, pra continuar no meu papel principal e ainda seguir te amamentando, porque eu e você adoramos esse momento só nosso.

E são tantos benefícios e tantas alegrias que eu recebo em troca, que essa listinha não dá nem pro começo! 

O que te desejo nessa data especial é aquilo que peço em todas as minhas orações: saúde, felicidade, proteção e acrescento muitos, muitos anos de vida! Quero estar aqui em grande parte deles!

Minha filha, minha vida! Você significa o mundo pra mim! Como diz sua vovó Nádia, não inventaram uma palavra que defina bem esse sentimento, mas o que tem é: Amo você, amo ser mãe, amo ser sua mãe, amo tudo o que você me ensina, que me mostra e tudo o que veio com a sua chegada.
Estou aqui, pra você, pra tudo e pra sempre. Mamãe."


Com que idade se tornou mãe: 

29

Quantos filhos, e quais idades?

 Isabela, 2 anos e 4 meses

Como você era antes, e como ficou com a chegada da maternidade? 

Eu não era eu! rs De verdade, me descobri na vida, com a maternidade. Isso aqui é pra mim! Eu era egoísta, egocêntrica, maquiada, arrumada, magrinha, cabelo lindo, bancária, muito indecisa e perdida. Fiquei FELIZ, realizada, maravilhada com a vida, paciente, altruísta, MÃE, melhor esposa, melhor filha, melhor irmã, fotógrafa (até esse dom, ela me fez despertar!) cansada, cheia de olheiras, desarrumada, descabelada, e com barriguinha! rs




Abri mão da minha estabilidade no emprego, pra tentar uma carreira nova, incerta, e então poder ser uma mãe muito presente. Estou conseguindo tudo isso, graças a Deus!!! E a vida social, tipo Happy Hour?? Nem sei o que é isso, mas não me faz falta. E abri mão do meu corpo, amamentando por tanto tempo! rs Não posso beber e nem fazer tratamentos estéticos que eu gostaria. Mas, daqui a pouco ela cresce e eu vou poder tudo.

Um momento inesquecível com seu filhote: 

Muitos! Primeiro chorinho, primeira noite em casa, primeiros passinhos, primeiro "manhê!", primeira dancinha....

O maior susto na sua vida de mãe:

A primeira febre, com apenas 20 dias de vida, que nos levou a ficar internadas por 4 dias! Quase morri de chorar, com meu leite completamente empedrado e ela mamando pouco. Mas, no fim, tudo acabou bem, não era nada e voltamos pra casa.  Só ficaram sequelas no meu psicológico! Um medo louco dos vírus e bactérias do mundo!

Você trabalha? Qual a sua profissão? 

Fotógrafa, completamente realizada e feliz!

Quando você se cuida e curte o parceiro? 

Pra ser sincera, tenho me cuidado pouco, porque a pimpolha e o trabalho me consomem quase completamente, e no pouquíssimo tempo livre que me resta, curto um sofá e um filminho com o maridão, depois que ela dorme. Saímos sempre a três, e ambos curtimos muito! 

Já fez alguma viagem com eles? Pra onde? Como foi? 

Só fui pro Rio, visitar parentes. Foram 2 viagens muito boas!

Tem bichos em casa? Qual o contato das crianças com eles? 

Tenho 2 cachorros, schnauzers, mas ta aí uma coisa que a maternidade não ajudou: fiquei com nojo do contato deles com ela, muito por medo bobo também, e vetei o contato até recentemente. Mas, agora estou voltando ao meu estado normal! rs Ela AMA os peludos!

Quem é responsável pelos cuidados diários? 

Eu, eu e eu! Desde o primeiro dia em casa!

Quais os programas preferidos de mamãe mais filhote? 

Parquinho, passeios com esses mini veículos, shopping, parque, almoço com amigas... Eu adoro sair com ela!!!

Seus filhos já frequentam escolinha? Qual a sua participação nessa rotina? 

Não, ainda! Mas, estou doida pra matriculá-la e vou participar de tudoooo!

Não sou uma mãe perfeita porque... 

aqui somos livres e felizes,  dentro da nossa rotina maluca! rs Na verdade, tenho uma dificuldade LOUCA na implantação de rotinas. Já coloquei no papel a rotina ideal, e colei na geladeira, decidida a segui-la. Faz um tempinho que eu olho pra ela e dou uma risadinha! rs Aqui tem cama compartilhada, tem banho misturado, tem amamentação pra lá de prolongada, tem petit suisse na sobremesa, bolo quase todos os dias, pipoca no sofá e cada dia acordamos em um horário diferente! Muito disso se deve ao meu trabalho flexível e minhas madrugadas tratando fotos para entregar. Como dormimos "tudo junto e misturado", ela acorda quase SEMPRE e vem atrás de mim. rs 

E por fim, o que é ser mãe pra você, além de "Padecer no Paraíso"? Qual o segredo para ser uma boa mãe?

Ai ai... (suspiros)... Clichê mais verdadeiro: "ser mãe é ter o coração batendo fora do corpo", com certeza! às vezes nem me olho no espelho o dia inteiro, mas sei de cada arranhãozinho novo que aparece nela. O que dói nela, dói 1000 vezes mais em mim. Quando ela está longe, parece que meu coração está também!

Ser mãe é ter vontade, inspiração e motivação para fazer tudo dar certo!  É amar a ponto de conseguir abrir mão de tanto, e nem sentir falta!
Ser uma boa mãe pra mim é mergulhar de cabeça nessa missão, e nessa identidade. Saber que esse negócio é sério, é pra sempre! Que todas as pessoas em volta podem passar, você pode deixar de ser bonita, deixar de ser jovem, as amizades podem acabar, o trabalho pode acabar de uma hora pra outra, mas você vai ser filha e vai ser mãe, pro resto da vida. E é isso , o que realmente importa! A minha vida gira em torno de ser uma boa mãe, hoje. De ser boa pra minha família. E o resto segue o fluxo.