Dizem os cientistas que toda vida nasce a partir da água.
Nós seres humanos também. Saímos do esperma que é líquido e após uma grande
corrida, entramos em um óvulo que também é recheado de líquidos e nos abrigamos
em uma cavidade chamada útero que tem lá sua quantidade de água.
Passamos 9 meses aconchegados e felizes dentro de uma bolsa
d’água esperando o momento de encarar o ar e ver a luz.
Mas tanto essa espera quanto o grande momento do nascimento
não acontece conosco em absoluta solidão. Pelo contrário! Tem alguém que está
ao mesmo tempo do lado de fora e de dentro nos esperando. Alguém que está
absolutamente o tempo todo em contato conosco mas que anseia poder nos tocar.
Alguém que está nos abrigando e acolhendo no lugar mais maravilhoso que possa
existir, mas que mal se agüenta de vontade de poder nos envolver em um ninho de
braços quentinhos.
Alguém que sabe exatamente como somos por dentro e por fora,
mas que se pergunta constantemente sobre como poderá ser nosso rostinho e nosso
cheiro.
Esse alguém que tanto espera durante os 9 meses é o mesmo
alguém que vai nos esperar todos os dias:
Vai nos esperar acordar chorando para trocar a fralda e
amamentar;
Vai incansavelmente nos esperar sofrer de cólicas e
desconfortos que fazem parte de nosso crescimento;
Vai ansiosamente nos esperar aprender a sorrir e descobrir
nossos corpos;
Vai calmamente nos esperar descobrir o sabor dos alimentos e
o prazer de comê-los, bem como risonhamente vai nos limpar a lambança na roupa
pela comida espalhada;
Vai pacientemente nos esperar aprender a caminhar
vagarosamente;
Vai emocionadamente nos ensinar a falar;
Vai dolorosamente nos esperar aprender com nossos erros;
Vai nos dar todas as armas para crescer e viver esperando
sempre que sejamos felizes e vai, por fim, nos deixar seguir nossa própria vida
esperando que sempre possamos voltar para retribuir toda essa espera.
Espera essa que vai gerar em algum momento, no rosto desse
alguém, lágrimas que vão rolar algumas vezes. Sejam elas felizes ou não.
E foi dividindo todas essas lágrimas, que também são feitas
de água, que alguns “alguéns” resolveram criar esse pequeno Universo chamado de
blog, para poder dividir com o mundo a forma como nos sentimos por termos sido
agraciadas com lágrimas causadas pelo ouro líquido que temos nas mãos: o amor
por sermos mães.
[Luanda Mangeni]
[Luanda Mangeni]
Bem-vindos ao “Identidade: Mãe”, onde a partir de entrevistas com mães de verdade, poderemos falar sobre
o maior começo de todos: quando somos responsáveis por uma vida inteira.
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